Etnografia - Grapixo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO
ANTROPOLOGIA I – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

TÉCNICAS CORPORAIS URBANAS: a arte do Grapixo.

Aracaju,
2014
INTRODUÇÃO

Identidade, arte, pinturas, vandalismo e expressão são algumas das facetas que encontramos ao pensar sobre o que é o Grafite (termo utilizado em inglês muitas vezes englobando tanto o pixo, o grapixo e o grafite em si). Em meio a tantas definições acaba se tendo um objeto complexo que suscita as mais diversas reações nas pessoas ao redor do mundo. Do italiano grafito (inscrições feitas em paredes), tal derivação faz-se bastante apropriada, visto que no império romano tal prática já era utilizada, fazendo-se inscrições e desenhos em locais públicos que não tinham esse fim.
A pichação pode ser considerada tecnicamente mais simples, quando comparada à arte do Grafite, pois trata-se da pura manifestação crítica popular ou de valorização e exaltação de um grupo específico ou pessoa por meio de escrituras.
O Grafite, tal qual conhecemos contemporaneamente, surgiu em meados de 1968, em Paris, no conhecido Movimento Contracultural, quando os muros da cidade francesa foram marcados com mensagens de ordem poético-políticas. Posteriormente, essa atividade propagou-se pelo mundo, sendo evidentemente absorvida, nos Estados Unidos, com a emergência das culturas populares urbanas, caracterizando-se como modus de demarcação de território pelas gangues nova-iorquinas, a partir da década de 70 do século passado.
Com o passar do tempo e a popularização mundial da arte do Grafite, novas técnicas de pinturas foram surgindo, gerando expressões cada vez mais ousadas e complexas como o realismo, cubismo etc. O Grapixo, por sua vez, trata-se da união entre as expressões próprias da pichação (como crítica social por palavras de ordem ou exaltação pessoal e/ou de um grupo específico) com as técnicas artísticas empregadas na produção do Grafite. Os modus operandis