Etnografia da IURD
Introdução
O grupo ficou responsável em realizar uma etnografia sobre as igrejas neopentecostais de Salvador. Em um primeiro momento as nossas ideologias e preconceitos atrapalharam o andamento das pesquisas. No entanto, nos dispusemos a mergulhar no mundo desconhecido, diversas vezes fanático, dos adeptos dessa religião. Neste contexto, nos reunimos diversas vezes para primeiramente discutir nossos julgamentos, às vezes preconceituosos, etnocêntricos e desmerecedores. Nenhum dos componentes é adepto da religião e a forma alienadora com a qual a Igreja age para com seus fiéis nos afastou de qualquer interesse anterior dessa realidade à parte. Inicialmente, já se tornou um desafio aceitar submergir nesse campo totalmente desconhecido. Para isso, foi dividida a primeira parte do trabalho na visita ao tempo da Igreja durante o culto. Após essa primeira experiência, a entrevista com fiéis se tornou fundamental para melhor explicação das vertentes ideológicas que essa religião adota.
Dados etnográficos
Agendamos uma primeira visita ao “templo”, nomenclatura dada pelos próprios praticantes dessa religião, Igreja Universal do Reino de Deus, localizada no Iguatemi, na Avenida ACM em Salvador. A estrutura arquitetônica do local foi o nosso primeiro grande choque, uma estrutura imponente pintada com cores douradas e com detalhes que pareciam serem feitos à mão, tamanha a delicadeza e perfeição. As portas enormes e brilhantes, escadarias que pareciam não ter fim, bancos envernizados e telões e caixas de som espalhados pela imensidão de todo o espaço. Na passagem pelas portas do templo rituais dos mais diversos eram feitos pelos fiéis, alguns se ajoelhavam, outros faziam o sinal da cruz, outros, com voz suave, balbuciavam palavras de conforto e oração como um pedido de permissão ao seu Deus para entrarem na casa dele.
Tal estruturação diametralmente oposta as convencionais igrejas de caráter evangélico objetivam introduzir nos