Etnocentrismo

Este trabalho visa abordar conceitos fundamentais da Antropologia, que tratam da relação (na maioria das vezes, conflituosa) entre indivíduos de diferentes sistemas culturais. Irei me deter nos conceitos de etnocentrismo, fricção interétnica e do etnocídio. A compreensão de tais temas é de grande relevância, pois permitem a reflexão acerca do nosso comportamento frente ao outro, de entendermos que nossos costumes e ideologias não são mais evoluídos ou mais certos do que os de outras culturas e, portanto, respeitar o diferente é fundamental para que se possa buscar construir um mundo alicerçado em valores humanísticos, que tenha como postulado maior a dignidade da pessoa humana.

Para o estudante de ciências jurídicas, sobretudo ao que deseja ser um profissional ético, tal conhecimento é fundamental. Como operador do Direito, ele terá em suas mãos o poder de contribuir para a diminuição das injustiças sociais, de garantir direitos para aqueles que representam “o lado fraco da corda”, para os que foram, durante séculos, oprimidos por uma sociedade autointitulada superior, tanto material quanto moralmente.

Etnocentrismo é um conceito antropológico, segundo o qual a visão ou avaliação que um indivíduo ou grupo de pessoas faz de um grupo social diferente do seu é apenas baseada nos valores, referências e padrões adotados pelo grupo social ao qual o próprio indivíduo ou grupo fazem parte. Essa avaliação é, por definição, preconceituosa, feita a partir de um ponto de vista específico. Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico considerar-se como superior a outro. Do ponto de vista intelectual, etnocentrismo é a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros.

O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos