Etnoastronomia a astronomia indígena seus mitos e seu conhecimento
Resumo
Diferente dos documentos e relatos históricos preservados, e do advento da astronomia ocidental, e diferente dos estudos sobre a intrigante astronomia e ciência dos povos Asteca e Inca na América Latina, o conhecimento dos indígenas brasileiros quase não possui relevância no estudo de ciências, a não ser na taxonomia de seu território ou outro conhecimento que esteja vinculado de alguma forma à lucrativa indústria farmacêutica. Os trabalhos do Prof. Dr. Germano Afonso e da Antropóloga Melissa Oliveira tentam resgatar o conhecimento astronômico, registrá-lo e compará-lo dentre as diversas etnias indígenas estudadas, além das relações entre o conhecimento e o cotidiano, cultura e mitos.
Introdução
Baseado nos trabalhos do Prof. Dr. Germano Bruno Afonso e da Antropóloga Melissa Oliveira, dentre outras fontes, essa pequena apresentação busca fazer um resgate do patrimônio científico e cultural de terras tupiniquins. A Astronomia, lembrada por muitos como a ciência dos que buscam desvendar os mistérios do universo, apesar de praticada em todas as culturas que se tem notícia, é fundamentalmente associada à astronomia ocidental e branca. Na América Latina, muito do conhecimento astronômico das civilizações Asteca e Inca perdeu-se com a dizimação desses povos. Somente recentemente e a passos lentos, vem se retomando o interesse arqueológico e histórico da sua brilhante forma de ciência, ainda não completamente desvendada. Já os povos indígenas cujo estágio de desenvolvimento ainda não permitia a perpetuação do conhecimento escrito, ou ainda, cujas formas de sobrevivência não necessitavam de grandes avanços da tecnologia, pouco tem sido feito para compreender ou sequer para catalogar seu conhecimento e tradição. A não ser que interesses comerciais estejam envolvidos, como na fabricação de cosméticos e remédios, cujo conhecimento já chegou a ser usurpado e patenteado por equipes farmacêuticas