Etnicidade e itinerários de grupos étnicos no Sul do Brasil

4903 palavras 20 páginas
Etnicidade e itinerários de grupos étnicos no Sul do Brasil

A região e a constituição do grupos étnicos

O texto é um exercício para repensar a questão da etnicidade e da identidade étnica, no Oeste Catarinense, a partir de dados levantados em diferentes momentos entre os anos de 1988 e 1997, junto a grupos de raízes camponesas. Norteio-me pela seguinte indagação: como são construídas e acionadas as identidades étnicas na região? A essa pergunta acopla-se uma constelação de outras: como se entrelaçam? De modo a situacionalidade é acionada e quem o faz? Quais as estratégias narrativas dos grupos?

Discuto o campesinato, sob o prisma da diferenciação étnica, tomando como ponto de partida o processo de colonização no oeste catarinense. Este significou diferentes itinerários. Aos brasileiros representou a expropriação das terras, dos recursos materiais e foi o momento da construção de sua identidade étnica. Aos colonos de origem1 a aquisição das terras em Santa Catarina era uma estratégia de reprodução social camponesa. Suas raízes são remetidas à imigração para colonização, com entrada de camponeses alemães, italianos e poloneses, dentre outros. No século passado imigraram ao Rio Grande do Sul e, nas gerações seguintes, no processo de enxamagem (cf. Roche, 1969), avançaram em direção ao norte (oeste de Santa Catarina, sudoeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e Amazônia Legal) e ao oeste (Paraguai e à Bolívia), para onde se espalharam os “galhos das árvores” originadas no Rio Grande do Sul, na acepção de Woortmann (1994 e 1995). O modelo de colono almejado foi aquele da atualização do imigrante europeu, esperado para civilizar este país, como já foi tratado por Seyferth (1988) e Alencastro (1988). Levo em consideração o processo de enxamagem, mas detenho-me e analiso um de seus pontos, quando do deslocamento ao Oeste Catarinense e aos desdobramentos que nele ocorreram.

Enfoco a identidade étnica na região

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