etica
Rui Josgrilberg
Introdução
Uma das questões mais complexas do mundo científico, teológico e filosófico contemporâneo é oferecer uma boa compreensão do significado preciso de palavras como eu, sujeito, subjetividade, pessoa, etc... Essas instâncias são ora afirmadas como entidades, ora negadas; ora humilhadas (conforme a expressão famosa de Ricoeur)..ora exaltadas como centrais em toda reflexão humana
Aqui consideraremos o sujeito em aspecto fundamental para poder-se pensar a ética. Daremos especial atenção à constituição1 do sujeito: como chegamos a constituir um sujeito com certa autonomia? Não é o eu e a subjetividade uma condição inata a todo ser humano? Como o eu e a subjetividade se constituem em nós? Como nos tornamos seres “responsáveis”? Como se constitui o que chamamos “liberdade”?
Ficamos impossibilitados de pensar em ética sem um sujeito ético (seja ele pessoal, comunitário, institucional, ou outro). Uma das tarefas primeiras d ética é pois a de fundamentar o aparecimento dessas instâncias. Procuraremos precisar a constituição do sujeito em seu entrelaçamento com o desenvolvimento da capacidade responsiva do ser humano e o progressivo incremento da capacidade de se auto-reconhecer até alcançar uma
autonomia relativa. O discurso ético
afirma que somos livres e responsáveis e assumimos em nós mesmos o ato ético e suas conseqüências enquanto ações significativas. Por outro lado, como cristãos perguntamos até que ponto podemos ser éticos, livres e responsáveis, numa estrutura de pecado e com a constituição de sujeitos dentro dessa estrutura.. Nossa abordagem do tema será feita a partir de três perguntas-temas:
1. Como se constitui o sujeito?
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“Constitutio” – palavra latina que estabelece formas de unir o separado, de formar o conjunto de uma variedade, ou formar um complexo de pluralidades.
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2. Comos se forma o sujeito ético?
3. Como se forma o sujeito ético cristão?
Propomos