etica
Alfabetização com Sucesso – 2003 – 2ª edição. Revista e Ampliada, Oficina Editorial.
Com base na teoria de Piaget, as estudiosas e pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky, descrevem o processo pelo qual a criança aprende a ler e a escrever e mostra que, aprender a língua escrita, a criança precisa construir respostas para duas questões: o que a escrita representa e como ela representa. Nesse processo, a criança procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala à sua volta. E, interagindo com a escrita, busca regularidade, constrói sistemas de representação, pensa, raciocina, inventa coloca à prova suas antecipações... enfim, reinventa o idioma escrito, esse objeto social particularmente complexo.
Os indicadores mais claros das explorações que a criança realiza para compreender a natureza da escrita são suas produções espontâneas. Quando uma criança escreve tal como acredita que poderia ou deveria escrever certo conjunto de palavras – como se soubesse escrever –, ela aprende mais, porque está inventando formas de combinações e nos oferece um valioso documento que necessita ser interpretado para poder ser avaliado. O professor precisa aprender a lê-las, isto é, interpretá-las, e isso significa um longo aprendizado para o educador e requer dele uma atitude teórica definida, além de muita dedicação e estudo. A escrita infantil segue uma linha de evolução surpreendentemente regular e podem ser identificados três grandes períodos no interior dos quais cabem múltiplas subdivisões:
a) distinção entre o modo de representação icônica e não icônica;
b) construção de formas de diferenciação e controle progressivo das variações sobre os eixos qualitativos e quantitativos;
c) fonetização da escrita, que se inicia com o nível silábico e culmina no alfabético.
NÍVEL I – ESTÁGIO PRÉ-SILÁBICO A criança