Etica
Há uma preocupação nos mais diversos setores sociais quanto ao destino que irão tomar as instituições policiais brasileiras, no que tange a sua estruturação, atuação e subordinação, sendo múltiplos os estudos efetuados – tanto de ordem política, quanto acadêmica – visando demonstrar a extemporaneidade, ineficácia e ineficiência do modelo atualmente adotado por tais instituições.
Todavia, mesmo com a consciência da necessidade e urgência de mudanças como as que se apresentaram no parágrafo anterior, parece que a principal delas reside em um aspecto menos estrutural ou formal. O ponto chave reside nas crenças que guiam as organizações e as ações de seus membros, nos princípios que orientam, mobilizam e estabelecem um balizamento e uma subordinação moral a todo o conjunto. Deduz-se portanto, que o processo de transformação nas organizações policiais, passa por três fases distintas, concomitantes e interdependentes entre sí, a saber, o estabelecimento, a difusão e a incorporação de uma ética profissional voltada para a construção de uma instituição que visa o bem comum e o atendimento dos interesses do conjunto social.
Quando se aborda o estabelecimento dessa ética, não está se tratando da elaboração ou assunção de novos valores institucionais. Esses valores já existem em si mesmos e são próprios da organização, considerando que em seu surgimento histórico, no âmbito da sociedade, ela tem uma finalidade e, consequentemente, essa finalidade, através do tempo vai "definindo" outros objetivos e princípios que deverão nortear a conduta dos indivíduos. O que se quer, na verdade, é cimentar na estrutura