estética e ética segundo Michel Foucault
A última fase de Michel Foucault nos revela que o processo de subjetivação do indivíduo, na tomada de uma posição ética, caminha mais na direção de uma est-ética da vida, passando pela problemática do Wahrsagen à uma liberdade no ato de autoconstituição. Assim, a
“ética”, em Foucault, apresenta-se como est-ética, como liberdade possível no fazer-se existir. Dizer-a-verdade a si próprio, desprender-se de si mesmo, estilizar a vida, num processo de constituição moral, caracterizam, fortemente, a est-ética da existência foucaultiana.
Industria cultural segundo Walter Benjamin
Trata-se de uma análise do texto A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica, de 1935, de Walter Benjamin, no qual o autor analisa as alterações provocadas pelas novas técnicas de produção artística na esfera da cultura, e desenvolve, como elemento principal, a tese de a reprodutibilidade técnica provocar a superação da aura pela obra de arte. Tendo como apoio o contraste do texto de Benjamin com o texto A indústria cultural: O esclarecimento como mistificação das massas, de Theodor Adorno e Max Horkheimer, de 1947, e a observação da produção do cinema, da música e do livro (artes necessariamente reprodutíveis), este artigo analisa a tese da superação do conceito de aura pela obra de arte na era da reprodutibilidade técnica, contrasta essa tese com a reflexão sobre indústria cultural de Adorno e Horkheimer e com as características da obra de arte produzida no decorrer do século 20 e início do século 21, e apresenta as contribuições que podem ser retiradas dessa análise para a atual reflexão a respeito dos impactos da Internet e das tecnologias digitais sobre a produção cultural contemporânea. Como resultado principal e do qual decorre outras conclusões, o artigo considera que as técnicas analisadas por Benjamin, apesar de terem tornado a obra de arte independente de um substrato único, não a emanciparam de seu caráter aurático. Os