Estudos

O Setting Terapêutico

(Valdemar Augusto Angerami-Camon)

A maioria das correntes teóricas de psicoterapia propõe um setting terapêutico praticamente com as mesmas bases estruturais. Evidentemente que, de acordo com a rigidez teórica de determinadas psicoterapias, suas estruturas serão mais flexíveis, ou, ao contrário, completamente imutáveis. Assim, vamos encontrar nas propostas mais rígidas de psicoterapia modelos onde o psicoterapeuta, muitas vezes, sequer cumprimenta o paciente fora do contexto da psicoterapia. Dessa forma, há psicoterapeutas que se encontram com o paciente, muitas vezes, no próprio elevador do prédio onde se efetiva a psicoterapia, mas por conta do enquadre estabelecido pelo setting terapêutico esse psicoterapeuta não dirige a palavra a esse paciente. Certamente o leitor estará identificando, nessa postura, algo inerente à proposta mais ortodoxa da linha psicanalítica, num contraponto totalmente diverso do próprio Freud, que, segundo relato de seus pacientes, tinha uma postura muito afetiva com eles. No entanto, alguns se propõe a serem mais realistas que o próprio rei e se esquecem que a base da psicoterapia, independentemente de seu arcabouço teórico, é tornar esse paciente mais confiante em sua condição humana. O modelo mais tradicional de setting terapêutico é aquele que estabelece um horário em alguns dias da semana, permitindo ao paciente trocá-lo ao até mesmo repô-lo de acordo com regras previamente estabelecidas. Dessa maneira, caminham muitas das práticas psicoterápicas apresentando pequenas variantes de acordo com a própria postura do pessoal do psicoterapeuta. O horário das sessões, quase sempre, é uma compilação de 50 minutos, o que permite ao psicoterapeuta um intervalo de 10 minutos entre uma sessão e outra. Esse formato de horário quase sempre é dimensionado de acordo com a própria performance do processo em si. De forma mais ampla, podemos afirmar que o parâmetro horário da psicoterapia é sempre determinado