Estudos
Resumo do cap. 2 do Livro: DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro:Rocco, 1984.
Brasil: divisão clara entre o mundo da casa e o mundo da rua. 1. Mundo da casa (Casa = lar, não morada = prédio): Espaço de calma e tranqüilidade. Espaço inclusivo e exclusivo (reconhecimento pessoal). Proteção das fronteiras das “entradas” e “saídas” morais. Proteção dos bens e membros mais frágeis (crianças, mulheres e velhos). Classificação por idade, sexo e também “honra”, “vergonha”, “respeito”. Tendência a reproduzir um discurso conservador (ditado pelos mais velhos). O tempo é cíclico, medido pelo retrato da parede, a morte dos mais velhos e o batizado dos mais novos. Para M. Maus, “casa” não é local de moradia, abrigo, alimento, mas espaço moral. “Uma dimensão da vida social permeada de valores e de realidades múltiplas” (p. 23/4). “Não se trata de um local físico, mas de um lugar moral: esfera onde nos realizamos basicamente como seres humanos que têm um corpo físico e também uma dimensão moral e social. Assim, na casa, somos únicos e insubstituíveis” (p. 25). “A casa demarca um espaço definitivamente amoroso, onde a harmonia deve reinar sobre a confusão, a competição, a desordem” (p. 27). O comércio está excluído da casa, assim como as discussões políticas (p. 27). 2. Mundo da rua:
Local de movimento, de “luta”, de competição e de anonimato cruel, de individualidade e de individualismos. Concepção negativa: rua = “luta”, “batalha”. Ausência total de reconhecimento – grupos desarticulados de indivíduos - a “massa”. Tendência a ser todos revolucionários e revoltados (p. 31). “Na rua, não há, teoricamente, nem amor, nem consideração, nem respeito, nem amizade. É local perigoso” (p. 29). Ex.: “mulher de rua”; “comida de rua”. Risco de ser confundido. Na rua o tempo corre, voa. Vivemos numa sociedade onde casa e rua são mais que meros espaços geográficos. São modos de ler, explicar e falar do mundo.