Estudos sobre a deficiência e o cotidiano
3º Período – Psicologia
Estudar a deficiência, antes de qualquer coisa, foi estudar a mim mesma e o sistema de interdependência no qual, inevitavelmente, estou inserida. Compreendo que a deficiência é uma particularidade do indivíduo, que não se adapta à estrutura social atual.
Penso que a deficiência está presente quando alguém é impedido de levar uma vida considerada normal. Entretanto, diante dessa afirmativa, coloca-se em debate o motivo do impedimento e no que consiste o normal. Tomo como exemplo a ideologia vegana que adotei para a minha vida (sem consumo de alimentos e produtos de origem animal): implica em dificuldades de adaptação com o coletivo; a sociedade toma como essencial o consumo dos produtos dos quais me abstenho, portanto é difícil me alimentar bem fora de casa, como festas e restaurantes, além da divergência de pensamentos com a maioria das pessoas, que consideram minha alimetação fraca e meu ideal vegano infantil. Sinto-me marginalizada e desacreditada, em um mundo despreparado para me receber. Serei eu, também, uma pessoa deficiente por não levar uma vida considerada normal por uma maioria?
Ao longo das leituras e debates na matéria Psicologia e Estudos da Deficiência, foi ressaltado pelos alunos que, dependendo da interpretação do conceito de deficiência, grande parte da população brasileira poderia ser incluída nessa categoria. O texto “O que é a deficiência” da Débora Diniz expõe a presença da visão de que “o indivíduo impedido de alcançar sua máxima eficiência” é o deficiente (sendo essa eficiência ligada à produção de capital), podemos não somente caracterizar pessoas com algum tipo de lesão, mas também crianças e idosos. O texto também cita a definição de deficiência através de um modelo biológico pode caracterizar o deficiente como aquele simplesmente possuidor de uma lesão. Entretanto, o debate sobre a deficiência não discute apenas como se caracteriza o deficiente (menos produtivo ou portador de