Estudos linguísticos (Esboço)
Anotações sobre o livro: Marxismo e Filosofia da Linguagem, de Mikhail Bakhtin.
O signo ideológico de Bakhtin
A teoria semiótica de Bakhtin repousa sobre sua definição de que todo signo representa ideologias. A fala é um principal dos principais estudos de Bakhtin.
Saussure abdica de desenvolver métodos de pesquisa sobre a fala. Em sua famosa dicotomia, langue\parole, a langue é estruturada enquanto a outra vertente, a parole, é deixada de lado. Foi Bakhtin que viu na fala um grande valor científico e metodológico, para ele, a fala é a principal atividade de significação cultural, econômica social, individual e universal das atividades humanas.
“... valoriza justamente a fala, a enunciação, e afirma sua natureza social, não individual”
A afirmação acima decorre do conceito que Saussure atribui a parole (fala); para o genebrino, a fala é individual e heterogenia. Bakhtin discorda e afirma que a fala é de natureza puramente social. Ainda, afirmando que a língua é concreta e não abstrata, Bakhtin trata a língua como fator existente somente na interação social e recusa o conceito abstrato que Saussure atribui a língua.
De acordo com Bakhtin, os conflitos, divergências, diferenças sociais e hierárquicas se refletem na comunicação verbal. Do mesmo modo que a interações verbais também influenciam nos fatores primários.
“Todo signo é ideológico; a ideologia é um reflexo das estruturas sociais, assim, toda modificação da ideologia encadeia uma modificação da língua”.
Assim, pois, a variação linguística não provém de atividades internas e individuais, ela é sobre tudo, fruto de relações coletivas externas. Aqui, o sistema linguístico é visto como mutável. E são as determinações sociais (que variam de grupo a grupo,) que vão definir a significação.
“A enunciação; compreendida como uma réplica do diálogo social, é a unidade de base da língua, trata-se do discurso interior, ou exterior. E está inserido em contexto social e