Estudo Psicologia

16009 palavras 65 páginas
História de contingências coercitivas e suas implicações: estudo de caso sob a perspectiva da Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR)
Luciana Júlio Martins
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento – Campinas - SP e Hélio José Guilhardi
Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento e Instituto de Análise de
Comportamento – Campinas – SP 12
“Coerção não é a raiz de todo mal, mas até que adotemos outros modos, que não o coercitivo, para controlar a conduta uns dos outros, nenhum método para melhorar fisicamente nossa espécie impedirá que o timer de nossa sobrevivência continue andando. Uma ciência do comportamento desenvolvida pode mais uma vez dar às pessoas de boa vontade razão para otimismo sobre nossas chances de sobrevivência”.
Sidman (2003, p. x)
Na prática clínica é preocupante a freqüência com que o terapeuta lida com clientes que vivem sob controle de contingências coercitivas. A punição reflete uma herança histórica e cultural ainda freqüentemente utilizada como procedimento para suprimir ou controlar o comportamento do outro. “Nós vivemos em um mundo coercitivo, bombardeados por sinais de perigo e ameaças.” (Sidman, 2003, p. 33)
Toda contingência em que estiver operando alguma forma de evento aversivo será chamada de contingência coercitiva (Sidman, 2003). Denominaremos de contexto coercitivo (Guilhardi, 2005) qualquer condição em que as relações entre os indivíduos e o ambiente forem tipicamente de natureza coercitiva. Assim, por exemplo, uma família em que as relações entre as pessoas se definem por punições e comportamentos de fuga-esquiva pode ser definida como um contexto coercitivo. Em tais contextos, o controle aversivo se dá, basicamente, através de três grupos de procedimentos: paradigma de ansiedade, reforçamento negativo e punição (negativa e positiva). No paradigma experimental de ansiedade, um estímulo (pré-aversivo) é apresentado durante determinado tempo, no final do qual ocorre um evento aversivo
(choque

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