Estudo dos Solos - Solos Lateríticos
Resumo
Materiais lateríticos são depósitos residuais da crosta terrestre originados de acúmulos relativos e absolutos de constituintes resistentes à intemperização. São muito expressivos em regiões tropicais e associamse a solos muito desenvolvidos, espessos e dessaturados, que durante muito tempo foram designados “lateríticos”. Sob a forma de depósitos contínuos (couraças), as superfícies geomorfológicas as exibe a diferentes profundidades, o que afeta as relações entre a pedogênese (evolução do solo) e a morfogênese (elaboração de formas de relevo).
Contudo, é a natureza do solo (sua organização interna) quem governa a geração do modelado, a partir de relação infiltração/deflúvio. Pesquisas recentes vêm contestando a antigüidade dos depósitos lateríticos associados às superfícies geomórficas e solos correlativos, o que suscita a retomada de novas investigações inserindo recursos da mineralogia de constituintes resistentes/residuais, datações e análises sedimentológicas.
1. Introdução
A denominação “laterita” tem sido empregada para designar depósitos residuais endurecidos oriundos do intemperismo de rochas e materiais superficiais em alteração, situados em posições variadas do relevo regional. O primeiro registro científico de sua ocorrência é atribuído a Buchanan [1], em 1807, na Índia, portanto há
200 anos de sua descoberta, tendo sido sempre objeto de intensas investigações, inicialmente por meio de análises químicas, quando ainda não se dispunha de um suporte metodológico analítico como o dos dias atuais.
Assim é, que a literatura registra investigações químicas procedidas em 1821 [2] e posteriormente, já no século XX, a conjugação desse procedimento aos recursos da microscopia óptica [3] e [4].