Estudo de caso. joalheria
PARÁ: A CULTURA REGIONAL CRAVADA NAS PEÇAS.
Em meados da década de 80, a febre do ouro atraiu muitos garimpeiros de
outras regiões do país para Serra Pelada, no interior do estado do Pará, com o sonho
de enriquecer com sua extração. Em 1990 essa região sofreu uma crise, visto que o
mesmo já não andava bem. O município de Itaituba retratava a realidade que o setor
dos ourives apresentava nas demais regiões do estado, a fabricação de joias utilizava
métodos e técnicas rudimentares, o estado não dava nenhum tipo de apoio para a
atividade, e a maior parte da produção era copiada de revistas, ou de ideias dos próprios
clientes. Muito do que era feito pelos ourives paraenses não tinha poder competitivo, o
conhecimento era passado de pai para filho sem qualquer especialização técnica.
Em meio a esse cenário, características peculiares e não propícias podem ser
observadas, como ambientes que não favorecem a saúde dos produtores, falta de um
planejamento para épocas do ano que o clima não propicia a exploração e produção,
e principalmente informalidade, pois um setor que movimentava a economia local
caracterizava-se totalmente (99%, dados do IBGM) por trabalhadores informais, devido
à elevada carga tributária incidente neste setor, com 25% de ICMS.
O primeiro passo para superar as dificuldade foi em 1997 com a apresentação
de um projeto no município de Itaituba, pelo secretário de mineração do município
José Luís Bastos à Seteps1, com a ideia de criar a escola de joalheria no município.
Bastos buscava sensibilizar a secretaria sobre a difícil situação dos ourives, envolvendo
também os municípios de Belém e Marabá. Apoiando a iniciativa do projeto, os
joalheiros Veridiano Sales e Ramirez Garcia apontaram as dificuldades e necessidades
do setor, ajudando no planejamento de uma ação integrada. Essa iniciativa deu origem
ao Programa de