Estudo de caso: Durkheim e a sociologia positivista
O sociólogo francês Émile Durkheim representa, na Sociologia, uma transição na maneira de conceber e praticar os estudos relacionados a essa ciência: afinal, ao mesmo tempo que defende um posicionamento conservador, ao analisar a importância da sociedade sobre o indivíduo, avança em direção ao Positivismo, propondo a objetividade e o empirismo nos estudos humanos. Seus postulados sociológicos, guardadas as devidas proporções, também foram aplicados no estudo da História no século XIX e no início dos anos XX. Trata-se de um pensador ligado a correntes conservadoras do estudo social, defensor da visão de que a sociedade é mais importante e forte que os interesses individuais, de uma ordem social coesa baseada na integração entre os humanos constituindo sociedades e grupos sociais fortes, nos quais exista uma complementaridade entre as partes formadoras desse todo. Durkheim nega as correntes individualistas do pensamento sociológico, que pregam a noção de indivíduo como objeto de devoção e destaque para a compreensão da evolução história e social de uma sociedade; nessa perspectiva, o ser individual é aquele surgido com o Iluminismo no século XVIII: racional, livre dos dogmas religiosos que limitavam sua ação, capaz (ele por si próprio e de acordo com sua vontade e capacidade exclusivamente) de transformar as sociedades e a Humanidade. Portanto, para o Individualismo o indivíduo é o elemento a ser destacado; não se nega a existência da sociedade e de suas relações, mas coloca estas abaixo do ser individual. Este último seria o conceito mais importante e principal transformador da sociedade. E é esta visão que Durkheim vai combater ao longo de seus estudos e vida.
O pensador francês parte do princípio que a sociedade precede o indivíduo, ou seja, já existe antes de que o ser individual seja concebido. Muito antes dessa definição surgir com o Iluminismo, os humanos, desde seu surgimento, foram organizando-se e