Estudante

A Industria Cultural
O termo "industria cultural", segundo Adorno, surgiu pela primeira vez no livro Dialektik der Aufklärung, escrito pelo próprio, juntamente com Horkheimer. Eles substituem o termo "cultura de massa" por "industria cultural" a fim de evitar argumentos de que a cultura de massa é uma forma de arte popular, uma cultura que surge espontâneamente, das massas. Já a industria cultural cria produtos voltados para o consumo das massas e, ao mesmo tempo, ditam esse consumo. Os ramos da industria unem-se, formando um sistema que deliberadamente força a união dos espectros superior e inferior da arte, prejudicando a natureza de ambas, seja pela frustração da arte superior, seja pela domesticação da arte inferior.
Embora faça parecer dessa maneira, as massas não são o fator primário da industria cultural, esta meramente faz com que o público se sinta o "rei" da indústria cultural, quando na verdade é o seu objeto.
Como afirmaram Brecht e Suhrkamp na década de 30, as mercadorias culturais adquirem valor comercial e passam a deixar de lado seu valor espiritual. A industria cultural cria uma necessidade de reconhecimento imediate e financeiro de suas obras, queiram assim seus promotores ou não. Essa monetização do produto espiritual nada mais é do que um reflexo da procura de novos mercados para aplicação de capital em países mais desenvolvidos. Esse processo vulnerabiliza as possibilidades e fortalece a Industria Cultural como instituição. A cultura, segundo ela própria, não apenas era subordinada aos homens, mas também uma forma de protesto à sua condição esclerosada; essa cultura, intricada aos homens também padece e iguala sua condição; depreciando os homens ainda mais uma vez. As produções na industria cultural deixam de ser um produto de espirito e uma mercadoria, para tornar-se completamente mercadorias. Esse deslocamento cria novos fenômenos, agora que a industria não é mais obrigada a buscar ferrenhamente o lucro, como era no inicio. Lucros