Estudante
O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela deposição do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma homenagem ao padre católico e guerrilheiro colombiano Camilo Torres, morto em 1966.1
O Dia que Durou 21 Anos produzido pela PEQUI FILMES estreou nos cinemas brasileiros em 29 de março de 20134 5 e teve também uma versão para televisão, exibida anteriormente, dividida em três episódios de 26 minutos cada.6
Inicialmente, o filme fora concebido para contar a história do pai do diretor, o jornalista Flávio Tavares, militante da oposição ao regime militar de 1964. Porém, ao ter notícia da existência de um fabuloso acervo documental sobre a deposição do presidente João Goulart que os Estados Unidos vêm franqueando ao público desde os anos 1970, Camilo Tavares mudou seus planos e decidiu abordar a participação do governo norte-americano na conspiração que resultou em uma ditadura de 21 anos (1964 a 1985) no Brasil.
O diretor se beneficiou de três volumosos pacotes de documentos, com divulgação autorizada pelo governo dos Estados Unidos, sendo que uma parte fora obtida pelo repórter Marcos Sá Corrêa e condensada no seu livro 1964 Visto e Comentado pela Casa Branca, de 1977.7 Havia também as gravações sonoras, liberadas para o público em 1999, pela Biblioteca Presidencial Lyndon Baines Johnson, e os papéis e áudios difundidos em 2004 pela organização não