Estudante
Jaiane Souza dos Santos1
FOUCAULT, Michel. Figuras da Loucura In: História da loucura: na idade clássica. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 251-295
Michel Foucault licenciado em Filosofia na Universidade de Sobornne lecionou na Universidade de Lille, integrou o conselho editorial da revista Critique, diplomado em Psicologia e mais especificamente mais tarde obteve o diploma de Psicologia Patológica.
No capítulo Figuras da Loucura do livro História da Loucura, Foucault retoma uma a uma as grandes figuras da loucura que se mantiveram ao longo da era clássica, tentando mostrar como se situaram no interior da experiência do desatino; como conseguiram uma coesão própria e chegaram a manifestar de modo positivo a negatividade da loucura. Essa positividade não possuiu os mesmos níveis de força nas diferentes formas de loucura. Positividade frágil e próxima da negatividade do desatino através do conceito de demência. Positividade mais densa e conseguida por meio de todo um sistema de imagens, através da mania e melancolia. Positividade mais consistente e mais afastada do desatino, dando um conteúdo as noções de histeria, hipocondria, a tudo aquilo que logo será chamado de doenças nervosas.
Foucault fala que a demência foi reconhecida pela maioria dos médicos dos séculos XVII e XVIII. Ela persistiu no elemento do negativo, sempre impedida de adquirir uma figura característica. A demência foi dentre todas as doenças do espírito, a que permaneceu mais próxima da essência da loucura. Ela não tem sintomas propriamente ditos. Deve-se supor que o próprio cérebro foi atingido ou então uma perturbação dos espíritos, ou ainda uma perturbação combinada do cérebro e dos espíritos. Todas as possibilidades de metamorfoses patológicas foram convocadas ao redor do fenômeno da demência a fim de fornecer, para esta, explicações virtuais. Por volta da metade do século XVIII, o conceito de demência continuou negativo, delimitando na