estudante
Sendo agora também época da Quaresma, as lembranças voltam com mais força, ocupando boa parte do romance e, conseqüentemente, das atenções do leitor. Ficamos sabendo que Delfino se apaixonara por Marta, moça do Rio de Janeiro, com que efetivamente viria a se casar. Mas o casamento teve um preço, alto para ele e esse é o nó de toda a questão. Para casar-se Delfino precisava de dinheiro, pois o pai da moça só consentiria se o rapaz comprasse uma casa.
A ação se passa em Congonhas do Campo, no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, paróquia do padre infeliz, durante as comemorações da semana santa.
As personagens do romance são: um grupo de ladrões de imagens sacras do barroco, muito procuradas pelos antiquários; um milionário americano inescrupuloso disposto a ter uma madona de cedro; um padre em crise existencial.
Um amigo de infância, Adriano, oferece a Delfino os meios de resolver o problema do dinheiro, propondo-lhe que roube para seu patrão (o sinistro Juca Vilanova) uma imagem da Virgem, esculpida pelo Aleijadinho e pertencente à Igreja da cidade. Roubando essa imagem e fotografando outra (de Judas) ele poderia ganhar a quantia que necessitava para compra da casa.
Para roubar a madona de cedro, pretendida pelo americano rico, o ladrão espera a igreja ficar vazia, com a saída da procissão, entra e se esconde tomando o lugar da imagem do Senhor Morto que fica embaixo do altar.
Contando com a liturgia da Igreja que manda que o recinto permaneça fechado e às escuras (Ofício das Trevas) na sexta feira, o ladrão se prepara para dormir e sair quando a igreja reabrir.
Com a igreja já fechada, o padre passa pelo altar e vê a imagem do Senhor Morto se