Estudante
Platão também crítica os poetas por não terem o domínio pleno de uma technè, pois quando escrevem suas poesias estão “possuídos pelos deuses”. Essa inspiração impele o poeta para fora de si a tal ponto que ele não se dá conta do que diz, não está consciente. O poeta domina apenas as ferramentas formais da poesia, mas não os assuntos de que elas tratam.
O texto aponta o poeta como um intérprete, um mensageiro (hermeneús) dos deuses, por sua vez então, os rapsodos são considerados “intérprete dos intérpretes” (hermenéon hermenês). OS rapsodos também são responsáveis por transmitir, além da palavra escrita, o espírito dos poetas e as sensações como diz Ion, um rapsodo de Homero que interpreta e comenta seus textos.
Platão defende que a educação dos guardiões do Estado ideal se dê através da mousiké (a poesia, música e dança). Ele, por tanto, não nega a função educativa da arte para a sociedade, mas a submete a regras de uma pedagogia científica. Ele crítica tanto os temas quanto à forma da poesia, pois as fábulas se mostram imorais porque mostram uma imagem falsa dos deuses e dos heróis. Além disso, elas usam a mimeses (imitação).
Para o criador da Academia, uma narração imitativa pelo drama, por exemplo, quando não orientada para o bem, para o moral, deve ser excluída da polis ideal. A mousiké não pode ser útil à Paideía senão com a condição de renunciar à sua “autonomia criativa” para se tornar “serva da moral”.
No livro X da