Estruturalismo
Bernardo Fernandes∗
1. O Homem racional e o Cidadão da modernidade
O
período
em
que
vivemos
é
marcado
por
diversas
transformações em todo o mundo. As formas de vida bastante rígidas ou severas que eram utilizadas para regular as relações em sociedade, vêm sendo,
pouco
a
pouco,
desgastadas.
Isto
traz
diversas
conseqüências no dia-a-dia das pessoas. É, pois, um momento de crise nestas formas de vida.
Esta crise atinge um dos princípios a que a humanidade dava tanto valor, desde os inícios da modernidade: a racionalidade. Com a crítica ao pensamento teológico medieval e a atitude otimista diante da vida, provocada pelo Renascimento, as grandes invenções, as grandes navegações e descobertas e, sobretudo, com a formação do capitalismo, a razão foi sendo progressivamente valorizada como a característica, por excelência, da condição humana: o Homem como animal racional. Não foram os modernos que inventaram isto, a filosofia grega já havia apontado a razão como um elemento constitutivo do ser, da identidade humana. Mas,
com
a
modernidade,
foi
sendo
aprofundada
a
compreensão sobre a razão, que foi elevada a uma importância jamais atingida antes, passando a ser considerada guia para transportar o homem à felicidade, na medida em que possibilitaria ao ser humano a oportunidade de libertá-lo do jugo do próprio homem e da natureza.
Com base no princípio da racionalidade, o Homem se libertaria das forças incontroláveis da natureza e de forças sobrenaturais, mediante o desenvolvimento das ciências e das técnicas. Também se libertaria do jugo de certos homens (seres humanos) sobre outros: esta crítica era diretamente dirigida aos poderes absolutistas, dos reis e príncipes. O
Homem alcançaria a sua liberdade contra a opressão.
∗
Graduado em História pela UFPB.
Nesta nova forma de pensamento, durante a modernidade, a