Estruturalismo
1. Introdução:
Este artigo busca resgatar o fio condutor que parte do surgimento, da consolidação, incluindo a crise do movimento estruturalista francês, e destaca seus principais argumentos teóricos e epistemológicos, sobretudo aqueles propostos pela lingüística, introduzidos nas Ciências Sociais, por Lévi-Strauss, que antevê a possibilidade de uma revolução nessa disciplina. Ao discutir a adesão de vários intelectuais ao movimento estruturalista, busca-se demonstrar que essa nova forma de teorizar constituía-se numa importante ferramenta intelectual para o momento histórico que estava sendo vivido pela sociedade francesa. Seguindo este mesmo fio condutor, o artigo segue apresentando a emergência do pós-estruturalismo a partir do próprio interior do movimento estruturalista, originado da necessidade de maior aprofundamento teórico no que se refere aos seus pressupostos, nos anos próximos a 1968. Em outros termos, a crítica ao estruturalismo traz consigo a necessidade de uma desfundamentação, marca central da noção de estrutura, oriunda do conjunto conceitual proposto pela lingüística saussureana. Nesta articulação entre o estruturalismo e o pós-estruturalismo, o artigo busca localizar os elementos em ambos os movimentos, de uma teorização pós-marxista, vinculada sobretudo à teoria do Discurso, proposta por Ernesto Laclau, a partir de conceitos tais como ideologia, sobredeterminação e hegemonia.
2. O Estruturalismo: portador do gérmen pós-marxista
O termo estruturalismo passa a ser utilizado como um neologismo nas décadas de 20 e 30, a partir da existência do termo estrutura, cujos usos independentes em áreas distintas do conhecimento científico passam a se intercomunicaram. Dessas comunicações
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Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; professor do Programa de Pós Graduação em