Estruturalismo x Funcionalismo
Em Hipólito, podemos observar que a história dos personagens é baseada em simbolismos. Esta tragédia marca com intensidade, o excesso nos sentimentos nas atitudes dos personagens.
Hipólito e sua castidade, radical, desmedida, perigosa;
A devoção de Hipólito por Diana e uma repulsa desmedida por outras mulheres (misoginia);
A ira de Vênus com relação à repugnância que Hipólito destina a ela. Esta por sua vez faz Fedra, madrasta de Hipólito, apaixonar-se por ele;
A paixão de Fedra por Hipólito: uma paixão erótica, um amor doentio, que segundo Platão, pode ser comparado a um tonel furado: o desejo sexual reage sempre que saciado, assim como um tonel furado, que nunca ficará cheio, pois a água lhe escapa pelos furos. Este amor doentio os leva à morte.
A vingança de Fedra que, ao ser rejeitada por Hipólito, enforca-se, mas antes deixa uma carta a Teseu caluniando o enteado dizendo ser ele o causador da sua morte.
A forma como é retratada a morte, também marca o simbolismo. Muitas vezes relacionada com o destino - sempre inflexível - a morte é vista vezes como punição, como no caso de Teseu que quer punir o filho, ou como um alívio para o sofrimento, uma salvação, uma redenção.
CONTEXTO
Hipólito é uma tragédia grega clássica de Eurípides baseada no mito de Hipólito, filho de Teseu. A primeira vez que foi apresentada, causou escândalo e foi rejeitada pelo público. Anos depois, porém quando foi reapresentada, no Dionísia de Atenas, em 428. C., no ciclo Ático, ganhou o primeiro prêmio como parte de uma trilogia.
Sabemos que houve um culto de Hipólito, na cidade de Trezena, onde a ação da tragédia acontece e onde havia templos e rituais em sua honra.
Esta obra é marcada pelos sentimentos e atitudes extremas de seus personagens