estrutura
Eduardo Grala da Cunha
Introdução
A produção arquitetônica atual apresenta uma grande assimetria no que diz respeito à apropriação formal com intenção estética dos sistemas estruturais dos edifícios. Ora a estrutura não tem destaque formal limitando-se à sua função de sustentação, ora ela é trabalhada como elemento formal de destaque na arquitetura.
A nossa hipótese é de que a maior ou menor ênfase dada ao sistema estrutural está relacionada à maior ou menor valorização da tecnologia na concepção dos projetos de arquitetura. Na maioria dos edifícios construídos no presente momento o sistema estrutural tem seu valor reduzido à função: dar sustentação ao edifício. Embora seja este seu papel fundamental, reduzir ao mero desempenho da função parece-nos inaceitável. Há exceções, obras que não se alinham com a maioria dos edifícios construídos atualmente, que amparam a nossa posição. Pois neles, a estrutura do edifício é o elemento de maior destaque na composição arquitetônica. Vejamos dois exemplos de autoria de Santiago Calatrava.
No Centro de Artes Visuais de Valência, na Espanha, a estrutura em concreto armado presente nos planos horizontal, vertical e inclinado é o principal elemento da composição arquitetônica. Calatrava, buscando caracterizar metáforas com formas vivas, se apropria do sistema estrutural como uma escultura. No caso da estrutura metálica presente na estação de metrô da Expo 97 em Lisboa, Portugal, a metáfora com uma floresta tem como elemento principal o sistema estrutural que cobre o pátio de trens.
O presente artigo quer discutir o papel funcional e formal dos sistemas estruturais dos edifícios considerando a produção arquitetônica atual. Outro aspecto a ser mencionado é o tratamento desta abordagem de apropriação formal com intenção estética dos sistemas estruturais no âmbito do ensino na engenharia e arquitetura.
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