Estrutura e História
Em síntese, não se pode compreender o processo de estratificação social enquanto não se examina a maneira pela qual se organizam as estruturas de apropriação (econômica) e dominação (política). A forma pela qual os homens organizam o modo de produção e, em concomitância, a repartição do produto econômico, está na base da estrutura social.
Esse é o âmbito em que se dá a estratificação social, quando se criam as condições de classificação e mobilidades sociais.
A sociedade de castas, por exemplo, pode ser tomada como uma configuração histórico-estrutural particular. Sua análise mostra que categorias tais como religião, raça, cor, hereditariedade e ocupação parecem predominar no pensamento e ação das pessoas.
A sociedade estamental, por outro lado, pode ser tomada como outra configuração histórico-estrutural particular. Para compreender os estamentos (em si e em suas relações recíprocas e hierárquicas) é indispensável compreender o modo pelo qual categorias tais como tradição, linhagem, vassalagem, honra e cavalheirismo parecem predominar no pensamento e na ação das pessoas. Em verdade, os membros se classificam e relacionam a partir dessas categorias socioculturais.
E a sociedade de classes sociais, por fim, também deve ser tomada como uma configuração histórico-estrutural particular. Ela se revela muito mais diretamente ao nível das relações e estruturas de apropriação (econômica) e dominação (política). Adquire preeminências a propriedade e o mercado como princípios fundamentais de classificação e mobilidades sociais, não significando que se destruíram os outros princípios classificatórios típicos das sociedades pré-capitalistas.
Como vemos, as diversas configurações histórico-estruturais mencionadas correspondem a distintas modalidades de organização das condições de reprodução social dos homens. Não há dúvida de que o processo de divisão social do trabalho é necessariamente dinâmico. Nesse sentido, à medida que se realiza,