Estigma
O presente trabalho tem como objetivo resumir a obra de Erving Goffman, “Estigma – Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada”. O autor foi um cientista social e escritor canadense, que se dedicou às áreas da Sociologia e da Antropologia Social. Voltou-se a estudar a interação social no dia-a-dia. Para Goffman, o desempenho dos papéis sociais tem relação com o modo como cada indivíduo concebe sua imagem e pretende mantê-la. Em Estigma, examina os conceitos de estigma e identidade social; o alinhamento grupal e a identidade pessoal; o eu e o outro; o controle da informação; os desvios e o comportamento desviante. Para melhor explicar tais definições, aborda a comunidade dos estigmatizados, que é constituída por aqueles considerados engajados numa espécie de negação coletiva da ordem social, tais como boêmios, delinquentes, prostitutas, ciganos, mendigos, ex-presidiários, deficientes físicos e mentais, dentre outros.
1. ESTIGMA E IDENTIDADE SOCIAL
NOÇÕES PRELIMINARES
A origem do termo estigma vem dos gregos, que o utilizavam para se referirem a sinais corporais que evidenciavam algo de extraordinário ou mau sobre o status moral de quem os apresentava. Os sinais eram feitos com cortes ou queimaduras no corpo e indicavam que o portador era um escravo, um criminoso, um traidor, enfim, uma pessoa marcada, ritualmente poluída, que, por isso, deveria ser evitada, especialmente em lugares públicos.
Segundo Goffman, o estigma é um defeito, uma fraqueza, uma desvantagem. Constitui uma discrepância entre a identidade social virtual, ou seja, o caráter que imputamos ao indivíduo, e a identidade social real, que são os atributos que ele de fato possui. O indivíduo estigmatizado é alguém que poderia ter sido facilmente recebido na relação social cotidiana, mas, por possuir um traço que o diminui, afasta aqueles que ele encontra, reduzindo a possibilidade de atenção para outras qualidades suas. Citam-se como