esteticas da tv final editado

A minissérie Som e Fúria do diretor Fernando Meirelles, utiliza alguns recursos para a construção da memória. Sendo o que mais chamou atenção, por sua ousadia, autenticidade e por não ser um recurso comumente utilizado foi a construção da cena em que os personagens no presente, através de um diálogo, narram uma cena do passado e acabam entrando e interagindo dentro dela ; fazendo com que a linha que separa a temporalidade entre passado e o presente fique cada vez mais tênue na narrativa. Consequentemente, vale ressaltar a importância da temporalidade e da construção da memória para as narrativas televisivas. Nelas, memória, espaço, tempo e história caminham unidos paralelamente fazendo com que tempo e espaço encontrem na memória, sua salvação. “Graças à memória, o tempo não está perdido, e se não está perdido, também o espaço não está. Ao lado do tempo reencontrado está o espaço reencontrado ou para ser mais preciso, está um espaço, enfim reencontrado, um espaço que se encontra e se descobre em razão do movimento desencadeado pela lembrança.” (Poulet, 1992, p. 54-5).
Este recurso utilizado em Som e Fúria, se assemelha ao utilizado em outras produções, como no filme ganhador do Oscar de melhor roteiro “Brilho eterno de uma mente sem lembranças" e no seriado “Cold Case”. A partir do entendimento sobre a importância da memória, podemos analisar a minissérie Som e Fúria relacionando-a com o filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”. No longa, o diretor explora não apenas o relacionamento do casal principal , mas a construção desse relacionamento em suas próprias mentes e memórias, recurso responsável pelo sucesso do filme e por torná-lo algo com um diferencial e de certa forma “revolucionário”. Após descobrir que sua namorada, Clementine realizou um procedimento pra remove-lo de sua memória, Joel, personagem principal do filme, resolve fazer o mesmo e refaz todo um trajeto para remover algo doloroso de sua memória, levando junto dele, o espectador. Com