Estereotipia e representação social: uma abordagem psico-sociológica
As representações sociais constituem um saber partilhado, produto das interacções sociais, e que funciona como um regulador de comportamentos. São frequentemente associadas ao conhecimento de senso comum e são características de uma determinada época, sociedade e cultura, ou seja, o conceito de representações sociais é elaborado a partir de modelos culturais e sociais e que dão quadros de compreensão e de interpretação do real.
Referem-se necessariamente a um objecto, são resultantes de processos de simbolização e interpretação e adquirem a forma de modelos.
Tem a funcionalidade de explicar a realidade, contribuem para a construção da identidade social, a orientação do comportamento e para justificar as acções.
As representações sociais não são fruto da produção mental, mas elas passam a fecundar a realidade adquirindo foros de consistência ontológica, orientando as cognições e comportamentos dos indivíduos.
Entendemos por estereotipia um conjunto de ideias e formas de sentir, relativamente esquemáticas e rígidas, que resultam de uma simplificação e de uma generalização excessiva. Pode ser negativa ou positiva.
O funcionamento regular de qualquer sociedade baseia-se em formas esteriótipadas de pensar e de agir que oferecem a vantagem de estar de acordo com os padrões gerais de condutas próprias da comunidade em que cada um se movimenta.
Uma das características da estereotipia é a procura invariável da sua confirmação empírica, entendendo a realidade como uma mistificação.
Tal como as representações sociais, os estereótipos têm como objectivo formar e orientar, tanto a comunicação como os comportamentos dos indivíduos, é imprescindível compreender que processos sociocognitivos se encontram envolvidos na produção da estereotipia enquanto representação social.
A objectivação e a ancoragem são representações sociais. A objectivação é o processo através do qual as representações