Estatistica
Operadores testavam o reator quatro da estação nuclear de Chernobyl na Ucrânia, na época pertencente a União Soviética. Esta usina era responsável por 10 % da geração de energia elétrica utilizada na Ucrânia naquele ano. Desejava-se realizar testes associados a uma das maiores e mais recentes conquistas do regime comunista. O teste foi exigido do comitê estatal para o uso de energia atômica. Por erros de operação, o reator teve sua potência abaixada até zero. Impaciente, o engenheiro chefe toma uma decisão fatal: o reator seria reativado sem que os sistemas de segurança (barras de controle) estivessem ativados. Estas barras de controle funcionam como se fossem os aceleradores e os freios do reator. A presença ou não delas faz o reator funcionar com menor ou maior potência. No reator de Chernobyl, eram 211 barras feitas de boro que encontravam- se espalhadas entre as barras de urânio, o combustível nuclear.
Diante da situação de perigo, os operadores alertaram o engenheiro chefe, o qual prosseguiu com a operação. Sem as barras de controle, a potência aumentou mais rapidamente, conforme o engenheiro chefe desejava. No entanto, esta mudança nos parâmetros de operação mostraria falhas no projeto de construção do reator. A usina de Chernobyl utilizava reatores ultrapassados, que apresentavam instabilidade e usavam como combustível urânio não enriquecido ( U-238). O modelo soviético, embora menos seguro, foi adotado por ser mais barato tanto na construção quanto no abastecimento por combustível de baixo enriquecimento. Havia, ainda, um fator estratégico: a grande quantidade de plutônio formada pelo funcionamento do reator poderia ser usada na fabricação de armas nucleares. Devido ao pequeno número de barras de controle, a radiatividade concentrou-se na parte inferior do reator. O teste consistia em desligar as turbinas que alimentavam água, a fim de testar os geradores de emergência. Se algo desse errado, a água no reator seria insuficiente para capturar