Estagio 1 uniseb
Disciplina Educação e Novas Tecnologias Data da aula
Professor Luís Cláudio Dallier
07/02/2012
Comunicação, Tecnologia e Educação
TEXTO DE APOIO
Oralidade, escrita e cibercultura1
Andrea C. Ramal Do ponto de vista da relação com o conhecimento, a história da humanidade pode ser dividida em três grandes fases: a da oralidade, a das sociedades da escrita, e o momento contemporâneo: a cibercultura. Nas culturas orais, os responsáveis pela transmissão do conhecimento eram os narradores. Através das lendas e mitos que eles contavam, as novas gerações conheciam os valores, os costumes e os modos de pensar de seu povo. Não era apenas uma visão de mundo que se formava naquelas rodas de transmissão do saber, nas quais os contadores impregnavam as histórias de suas marcas pessoais, recontando os fatos com seu estilo próprio. Naqueles relatos se construía também uma identidade, uma maneira de se relacionar com o conhecimento. O saber era algo subjetivo, ou seja, morava no interior de cada sujeito. O tempo era entendido como algo cíclico, que trazia de volta verdades sabidas e adivinhadas. Não havia muitos registros: a morte de um narrador significava a perda de parte da memória de uma tribo. Era um saber encarnado, com traços nítidos e voz conhecida, que envolvia os ouvintes e os convidava a recontar a história.
1
Texto extraído do Artigo A Hipertextualidade como Ambiente de Construção de Novas Identidades Docentes, de Andrea Ramal, publicado na Revista Educação & Tecnologia: trabalhando caminhos.
Nas sociedades da escrita, formam-se pessoas diferentes. Isso porque a relação com o conhecimento muda radicalmente. Em vez de narrativas orais e um tempo concebido de forma circular, documentos e textos escritos, vestígios históricos que permitem registrar datas, períodos e eventos, inauguram um antes e um depois como referência de tudo. A concepção de história se torna linear e encadeada como a própria página. O saber já não