Estado de bem-estar social em fiori
O autor lança a questão se há realmente uma continuidade nas dinâmicas que denominam Welfare State nas várias manifestações políticas de proteção social. Estabelece um recorte historiográfico de três momentos: de 1536 à 1601, até o Plano Beveridge, o segundo momento que perpassa o Plano Marshall em 1964, e os aspectos contemporâneos do Welfare, que dialogam com uma ruptura das políticas sociais pré Segunda Guerra Mundial, e o Welfare contemporâneo, a partir do Plano Beveridge. Pauta suas análises nos estudos historiográficos que analisam os aspectos de intervenção social estatal no contexto capitalista. Para tal, utiliza os casos de Inglaterra e Alemanha. Na Inglaterra nota-se a estreita relação entre a centralização do poder e o nascimento do Estado absolutista, no contexto da mercantilização das terras, e uma legislação que pautava o disciplinamento do trabalho, mas que permitiu a instauração de dinâmicas assistencialistas. Na Alemanha, é identificada a relação entre a legislação bismarckiana e a repressão ao movimento socialista, porém havia distinções entre o assistencialismo e as diversas manifestações de auxílio mútuo, tal disparidade estava assentada nas mediadas arraigadas sobre um núcleo permanente, concentrado em trabalhadores masculinos e na obrigação destes de contribuição compulsória, institucionalizando dinâmicas distintas do assistencialismo anterior. Diante desse contexto, emergia um paradigma corporativista, em que os direitos sociais eram ditados por um governo autoritário que não refletia sobre as várias formas da cidadania política da sociedade civil da época. Nas análises contemporâneas do Welfare, Esping-Andersen, ressalta que “o Welfare State não pode ser compreendido apenas em termos de direitos e garantias. Também precisamos considerar de que formas as atividades estatais se entrelaçam com o papel do mercado e da família em termos de provisão social”. O que