Eu O Trabalho E O Fim De Semana
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JOSÉ LUIS FIORI E MAX WEBER – POSIÇÕES ACERCA DO SURGIMENTO DO CAPITALISMO O contexto externado na abordagem do autor José Luís Fiori está intimamente ligado à compreensão das tendências de longo prazo no que tange à polarização do poder global. Daquilo que o autor convenciona chamar de “relações iniciais entre o poder, o dinheiro e a riqueza”, é possível elencar os pressupostos que corroboram o destaque da Europa no cenário global a partir do século XII. O grande postulado por trás da tese defendida por Fiori provém da contraposição às ideias de determinados autores no que se refere à formação do sistema mundial moderno. O autor prega que o processo de acumulação capitalista não tem sua origem simples e pura no processo de trocas ou em outras variáveis endógenas. O mesmo explicita que tal processo advém da propulsão gerada pela acumulação do poder. Desse ponto de vista, fica clara a visão do autor, quando cita Maquiavel, de que a guerra é um estado permanente e fundamental no jogo de poder que fundamenta a explicação para a histórica supremacia europeia. A área tributária teve enorme relevância no cenário prospectivo daquela época. Fiori diz que a proclamação do imposto pelo soberano suscitou a dicotomia entre o trabalho excedente e o necessário no que tange à atividade produtiva de seus súditos. Portanto, a constância do estado de guerra é subsidiada pelo aumento dos impostos, processo que, por sua vez, fez surgir paulatinos ganhos de produtividade. Soma-se a isso a monetização das diferentes regiões, que fez crescer ainda mais a riqueza dos soberanos e, fundamentalmente, condicionou o fortalecimento dos mercados regionais. Durante o século XIII, em linha com as tendências econômicas de mercado, há um movimento de expansão para fora da Europa. A guerra, a moeda e o comércio sempre existiram, segundo Fiori. No entanto, o mesmo externa sua posição de que a teoria de formação do capitalismo começa, essencialmente, por meio do poder acumulado pelos soberanos.