Esses S O Dona Vit Ria E O Juci
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Esses são Dona Vitória e o Juciê. Encontrei Dona Vitória sentada em um banco conversando próximo a Igreja do Desterro. Me aproximei lentamente e fui recebida com um sorriso tímido, acolhedor, daqueles que começam bem pequeno e que logo depois abraçam o mundo. Com 72 anos e moradora do Desterro há 30 anos, contou-me que seu lugar preferido é a pracinha, pois se sente mais perto da sua Santa Protetora, além de que aquele lugar trazia boas lembranças de seu marido que há muito já havia a deixado, herdou dele a casa que vive até hoje com os filhos, para ela esse foi o melhor presente que podia ter recebido. Com olhos saudosos me disse: ‘’ Minha Filha, coisa boa é ter marido’’. Sorri pra ela com o coração grato, a frase acertou em cheio, o tempo havia parado desde que sentei naquele banco. O rapaz ao lado dela se chama Juciê, nome curioso para o dono de um sorriso faceiro. Achei o nome engraçado, brinquei que era estrangeiro, algo pro francês e afirmei que era o primeiro que conhecia na vida, honra a minha. Me disse que pelo Bairro existia mais algumas pessoas com o mesmo nome e estranhou por eu nunca ter ouvido falar antes. Dae me contou algumas coisas de sua vida. Natural de Timon, logo cedo partiu, seus olhos curiosos e pés incansáveis já haviam passeado por quase todo o Brasil, encontrando enfim descansado nas ruas do Bairro que tanto ama. O importante para ele é ter amigos, amigos sinceros: ‘’ A vida é assim, feita de amigos, uma mão lava a outra, faço muitos favores em troca de outros mas o que vale é saber que posso contar com eles’’. Concordei e continuei a observar atentamente a todos os relatos. Pude confirmar o há muito tempo já sabia, a vida que ninguém ‘’ vê’’ e as histórias que ninguém ‘’ ouve’’ são sempre as melhores. As histórias dos dois já havia se cruzado antes no banco daquela praça e a minha por acaso e por um momento breve acabou as encontrando, sorte a minha. São minutos que mudam destinos, o meu principalmente. Me despedi deles com os olhos