Essenio da paz
Edmond Bordeaux Szekely
“Não busqueis a lei em vossas escrituras, porque a Lei é a vida, enquanto o escrito está morto... (Jesus, o Nazareno)
Prólogo
Quase dois mil anos se passaram desde que o filho do Homem ensinasse o caminho, a verdade e a vida à humanidade. Levou saúde ao enfermo, sabedoria ao ignorante e felicidade àqueles que estavam na desgraça. Suas palavras quase foram esquecidas, e não foram copiadas até algumas gerações depois de que foram pronunciadas. Foram mal entendidas, mal anotadas, centenas de vezes reescritas e centenas de vezes transformadas, mas mesmo assim sobreviveram quase dois mil anos. E mesmo suas palavras, como as temos hoje em dia no novo testamento, foram terrivelmente mutiladas e deformadas, conquistaram meia humanidade e a totalidade da civilização ocidental. Este feito prova a eterna vitalidade das palavras do Mestre, e seu valor supremo e incomparável. Por esta razão decidimos publicar as palavras de Jesus, puras e originais, traduzidas diretamente da língua aramaica falada por Jesus e seu amado discípulo João, quem único entre os discípulos de Jesus, anotou com exatidão perfeita os ensinamentos pessoais de seu Mestre. É uma grande responsabilidade anunciar o Novo Testamento atual, que é a base de todas as Igrejas Cristãs, como deformado e falsificado, porém não há mais alta religião que a verdade. Este livro contém só um fragmento – digamos que uma oitava parte – dos manuscritos completos que se conservam em aramaico, na Biblioteca do Vaticano, e em antigo eslavo na Biblioteca Real dos Habsburgo, atualmente propriedade do governo austríaco. Devemos a existência de ambas versões aos monges nestorianos, aqueles que, antes do avanço das hordas de Gengis Khan, se viram forçados a fugir do Leste até o Oeste, trazendo consigo todas suas antigas escrituras e ícones. Os antigos textos em aramaico datam do primeiro século depois de Cristo, enquanto que a versão em eslavo é uma tradução literal daquele.