Esquizofrenia

4165 palavras 17 páginas
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1- Caracterização dos Conteúdos Teóricos e sua Operacionalização

3.1.1- Dados Históricos

As perturbações psicóticas, particularmente a esquizofrenia, encontram-se presentes em todas as culturas. As primeiras referências a esta patologia remontam às sociedades egípcias. De acordo com o “Livro Egípcio dos Corações” dos papiros de Ebers (2000 AC), os sintomas psicóticos eram considerados como provenientes do coração e do útero, estando associados aos vasos sanguíneos, materiais fetais e purulentos, venenos e demónios. Em 1400 AC a civilização hindu, de acordo com Atharva Veda, um dos quatro Vedas, principais textos do hinduísmo, que considera a saúde como um equilíbrio estável dos cinco elementos (Buthas) e três humores (Dosas), refere que o seu desequilíbrio levará à loucura. Em 1000 AC os chineses, no seu livro “O Clássico da Medicina Interna do Imperador Amarelo”, descrevem os sintomas da insanidade, da demência e das convulsões. Nestes textos, a possessão demoníaca e sobrenatural era frequentemente implicada na origem dos sintomas psicóticos. A prevalência universal assim demonstrada desde tipo de sintomatologia, atesta a longevidade e robustez destas devastadoras doenças. Apesar destas “teorias de influência demoníaca” prevalecerem, em parte, na cultura grega, as teorias racionalistas começaram a tomar corpo. Em 1911 Eugen Bleuler publica o seu célebre livro “Demência praecox oder die Gruppe der Schizophrenien” (Demência Precoce ou o Grupo das Esquizofrenias), no qual introduz o termo esquizofrenia, permanecendo a obra sem tradução para outras línguas até cerca de 40 anos após a sua publicação inicial. No seu tratamento Bleuler propõe a existência de causas psicológicas desconhecidas que levariam a um afrouxamento das associações, produzindo então sintomas como as alucinações e os delírios. Propôs ainda a existência de quatro sintomas característicos da doença: - Afrouxamento das associações, inadequação ou

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