Esportes Cooperativos
Não podemos negar que a Educação Física tem avançado e se esforçado teoricamente para superar os modelos competivista e tecnicista dominantes. Em contrapartida, não podemos deixar de observar que, no exercício do cotidiano escolar, ainda se reproduz muito o mito da competição e os processos de esportivização na Educação Física. Ou seja, as críticas às abordagens metodológicas denominadas competivistas e tecnicistas, evidenciadas a partir da década de 1980, continuam pertinentes.
Partindo dessa avaliação, procura-se desmistificar a visão competitiva dominante na Educação Física escolar, tomando como principal referencial a proposta dos jogos cooperativos. Proposta que vem se revelando como a mais nova e mais adequada tendência ou concepção da Educação Física Escolar na busca por projetos educacionais não competitivos.
A Educação Física escolar, por meio de suas atividades esportivas, consolidou uma visão de que não se pode viver, ou sobreviver, sem competição. “A competição é realmente inerente ao homem, isto posto não queremos renegá-la e/ou retirá-la do convívio de nossos alunos, temos sim que repensar os conteúdos e estratégias nas aulas de Educação Física...” (Kemmer, 2000, p. 13).
Tanto Brown (1995) quanto Brotto (2002) identificam outras concepções também fortemente aceitas por grande parte dos professores de Educação Física:
• a competição não vai ser eliminada;
• sem competição não tem graça;
• os resultados são melhores na competição, porque cada um dá mais de si;
• a competição pode ser boa se for sadia.
Os jogos cooperativos não são uma manifestação cultural recente, nem tampouco uma invenção moderna. Podem ser encontrados em algumas “escavações arqueológicas”. A essência dos jogos cooperativos “começou há milhares de anos, quando membros das comunidades tribais se uniam para celebrar a vida” (Orlick apud Brotto, 2002, p. 47). O mais destacado arqueólogo dos jogos cooperativos, Orlick (1989), entende que “eles