esporte
BREVE
O esporte como fator de desenvolvimento e de saúde mental na criança e no adolescente
Eronides Borges da Fonseca
Concomitantemente ao desenvolvimento somático efetuase o psicológico, havendo sempre uma interação entre ambos. Imaginemos uma criança ao nascer, com instintos que a farão lutar pela sobrevivência. Diferente de outros animais, o ser humano é completamente dependente ao nascimento.
É a fome, a sede, o choro, o desespero que chamam a atenção do ambiente (mãe) para alimentá-la, aquecê-la, confortá-la para que possa sobreviver. Imaginemos também que essa criança não seja somente um ser instintivo, que já possua um
Ego incipiente, isto é, uma parte de si mesma que interage ao mesmo tempo com seus instintos e com o meio que a cerca, de forma inconsciente.
Isso, que até há pouco tempo parecia ficção ou fantasia de algum psicanalista visionário, tornou-se realidade comprovada nos estudos e pesquisas com o método da ultra-sonografia. Os fetos reagem, mudam de posição, acalmam-se, agitam-se, sugam o dedo, entre outras coisas, com a luz, o som, vozes, música, etc.
Esse Ego está sempre em contato com o corpo e suas necessidades. O exercício físico que contribui para o desenvolvimento corporal também o faz para o Ego, isto é, crescimento físico e mental.
A partir de certa idade, digamos, entre três e cinco anos, forma-se outra estrutura mental, que chamamos de Superego. Sempre que falamos de Superego pensamos em censura, castigo, culpa, etc. Todavia, não podemos esquecer de que o
Superego é depositário também dos valores morais e éticos, da ordem, da disciplina, responsabilidade, compromisso e ideais. É todo um sistema de valores adquirido através dos relacionamentos com os pais, família e sociedade.
Assim, vemos que, se a atividade física tem papel importante no desenvolvimento do Ego, o esporte, enquanto atividade competitiva, também vai interferir profundamente na estruturação do Superego.
Isso torna-se mais evidente na