Esporte para todos, um discurso ideológico
Kátia Brandão Cavalcanti SÍNTESE
Kátia Brandão Cavalcante, inicialmente, apresenta-nos a campanha Esporte para Todos e seu impacto na Europa capitalista. O Brasil, conforme um costume muito em voga na época e que ainda persiste atualmente, copiou o modelo europeu. Acontece que esse modelo, não era outra coisa se não a difusão e consolidação de um produto de consumo no mercado. As campanhas do programa Esporte para Todos visavam não apenas incentivar a prática do esporte pela população, mas, principalmente, gerar novos consumidores do esporte e seus produtos. Os objetivos do programa centravam-se na parte técnica dos esportes. Em nenhum momento menciona-se o impacto cultural que essas práticas corporais acarretariam nas populações onde seriam introduzidas. Em nenhum momento são consideradas as práticas corporais já existentes nesses povos. De modo que a campanha adentra a diversidade cultural característica do Brasil de forma imperialista, difundindo um produto de consumo como prática salutar. O que a campanha fez foi popularizar esportes mecânicos, para serem assistidos por muitos e praticados por alguns. Segundo Kátia Cavalcante Brandão o Plano Nacional de Educação Física e Desporto, tinha como principal objetivo elevar e manter o nível da aptidão física da população brasileira, e, também, racionalizar a prática social do lazer como forma de desenvolver a solidariedade e a compreensão humana. Seguindo a linha dos modelos europeus, divulgou-se a idéia de uma democratização dos esportes e foram organizadas e propagadas diversas campanhas a nível nacional. Essas campanhas tiveram grande repercussão popular e serviram para consolidar a cultura dos esportes no país. Mas, por traz dessa aparência democrática, escondiam-se monstros ideológicos. O Plano, na verdade, visava o adestramento das massas para o entretenimento acrítico. Os esportes, difundidos de forma mecanicista, funcionam como uma excelente