Educação fisica tecnicista
Por: Gilbert Coutinho Costa
IX EnFEFE - Encontro Fluminense de Educação Física Escolar.
Algumas perguntas nos vêem quando observamos um professor de Educação Física determinando que os alunos corram em volta do pátio ou da quadra, repitam movimentos ginásticos, dêem toques de voleibol na parede ou façam arremessos à cesta: por que e para que os alunos têm que fazer isto? Qual o significado disto para o aluno? Isto é Educação Física? Isto é educação? É comum ouvirmos que, em nome de uma certa "ética profissional", não podemos interpelar o colega de trabalho sob a pena de estarmos sendo antiético. Preferimos receber esta sentença, a ser cúmplice de algumas coisas que são feitas com e em nome da Educação Física. A origem híbrida da Educação Física, iniciando pelas instituições militares, passando pela fundamentação das ciências biomédicas e manifestando-se, sobretudo, através do desporto, fez desta prática uma das mais tecnicistas no contexto escolar. Isto se deveu a sobreposição das tendências ao longo da história que, a partir do higienismo do século XIX que foi incorporado pela tendência militarista nos anos trinta e quarenta (para desenvolver o vigor físico é preciso ter saúde) e ambas foram absorvidas pela tendência competitivista que, segundo Ghiraldelli Júnior (1988) instalou-se no Brasil a partir de 1965, seguindo a mesma lógica (para alcançar o desejado sucesso esportivo é necessário ter saúde e disciplina).
A tendência competitivista (1965-1984) colocou o desporto como diretriz da Educação Física Escolar no Brasil, devendo esta pautar seus objetivos, conteúdos e avaliações no desenvolvimento da aptidão física, da técnica e do rendimento desportivo. Com isso, a prática esportiva que seria um meio de educação pelo movimento acabou transformando-se num fim em si mesmo na medida em que deixou de cumprir o seu papel educativo para assumir os objetivos do esporte de rendimento. Desta forma, a aula de