Espiritualidade e ética
Ronaldo Sathler-Rosa Presbítero da Igreja Metodista, 3ª. RE Professor de Teologia Pastoral e Ciências da Religião
Dietrich Bonhoeffer é um dos nomes mais conhecidos entre pastores, pastoras e estudantes de teologia. Foi pastor, teólogo e professor de Faculdade de Teologia. Nasceu em 1906. Preso e martirizado por sua participação no Movimento de Resistência ao Nazismo na Alemanha foi executado pelos nazistas em 1945. Combinava, em sua vida e pensamento, a visão mística da fé e da vocação com a atividade de buscar “compreender a fé” (a teologia) a prática pastoral e o exercício da “voz profética” frente a sistemas políticos. Bonhoeffer, em seus diversos escritos, tratou do tema da espiritualidade cristã em sua relação com a prática pastoral. 1 Realçava o princípio do amor (agape) como essencial para o relacionamento pastoral com os eclesianos. Sabia dos riscos aos quais clérigos, como seres imperfeitos, estavam sujeitos: terem os seus “favoritos” dentre os paroquianos; serem tendenciosos; serem tratados de forma injusta por participantes da igreja e, igualmente, não dispensarem tratamento amoroso e justo a todos. Orientava para que os pregadores vivessem pelo princípio do amor o qual supera, em importância, o valor dos relacionamentos interpessoais. Ressaltamos e atualizamos três elementos do pensamento e prática de Bonhoeffer.
1O
livro Spiritual Care (Cuidado Espiritual), de D. Bonhoeffer, Jay Rochelle, trad., Fortress Press, USA, 1985, é a principal fonte deste artigo. Adaptação de SATHLER-ROSA, Ronaldo. Cuidado pastoral em tempos de insegurança. Uma hermenêutica contemporânea. 2. ed. São Paulo: 2010.
1
(1) A qualidade do relacionamento entre pastores e pastoras é de fundamental importância para a vida da Igreja. “Nada é mais destrutivo para uma congregação do que a animosidade pessoal e o ódio” entre colegas de vocação. Além disso, esses sentimentos concorrem para que