espaço sempre foi o lócus da produção. A ideia de produção supõe a ideia de lugar. Sem produção não há espaço e vice-versa. Mas, o processo direto da produção é, mais que as outras instâncias produtivas (circulação, repartição, consumo), tributário de um pedaço determinado de território, organizado por uma fração da sociedade para o exercício de uma forma particular de produção. O fato de que o espaço total seja indivisível não nos impede de, nele. Distinguir as frações (estradas, condutos, vias e meios de comunicação) utilizadas para permitir que a produção e os seus fatores circulem: pode-se falar num espaço de circulação? Pode-se admitir que haja pedaços de território cuja única função seja a de assegurar a circulação? Cremos que, além disso, deve-se, mesmo, reconhecer que tais espaços de circulação prestam-se de maneira diferente à utilização pelas firmas diversas dentro de uma cidade, região ou país. Ouso seletivo do espaço se daria sobretudo através desse processo, uma vez que, nas condições atuais de circulação rápida do capital, isto é, pela necessidade de rápida transformação do produto em mercadoria ou capital-dinheiro, isto é, nas condições atuais de reprodução, a capacidade maior ou menor de fazer rapidamente o produto é condição, para cada firma. A questão pode assim, como vimos ser colocada em termos nacionais e locais: no tocante à produção e à circulação, o dado nacional avulta, graças à hegemonia de que, sem contestação, dispõem as firmas mais poderosas. Quanto ao consumo, sobreleva o dado local, a partir das múltiplas formas de acessibilidade dos bens e serviços, cuja manifestação termina por se dar em termos, sobretudo locais. O espaço, como realidade, é uno e total. É por isso que a sociedade como um todo atribui, cada um dos seus movimentos, um valor diferente a cada fração do território, seja qual for a escala da observação, e que cada ponto de espaço é solidário dos demais, em todos os momentos. A isso se chama a totalidade