Espaço e Indústria no Brasil
Durante a época colonial Portugal proibia a criação espontânea de manufaturas no Brasil. É do período pombalino (séc. XVIII) o alvará régio que proibia a instalação de manufaturas. Tal medida se justificava pela manutenção do exclusivo metropolitano, uma vez que uma colônia manufatureira não precisaria comercializar com a metrópole em condições desfavoráveis. Ainda, no caso específico português, havia o domínio econômico inglês, existente desde o tratado de Methuen (tratado de panos e vinhos) e que assegurava indiretamente aos produtos ingleses o mercado colonial português. Com a independência, a industrialização passa a ser assunto recorrente na Corte. Nos três períodos imperiais (primeiro reinado, regência e segundo reinado) os homens de Estado do império defenderam o estímulo à industrialização e o fim das condições desiguais de comércio com a Inglaterra. Entretanto, prevalecia a manutenção da economia agrária exportadora e escravista, base econômica e social do Império. A crise política e econômica que resulta na República leva ao poder um novo grupo, ligado a então nascente cultura do café no Vale do Paraíba. Os produtores de café, menos ligados à política tradicional que os antigos senhores da cana-de-açúcar, ampliam a área de produção do produto, espraiando-se pelo interior paulista. Para escoar a produção, surgem ferrovias construídas com capital inglês. Com a abolição da escravatura (nos estertores do Império), os produtores cafeeiros passam a empregar mão-de-obra imigrante européia. Após um período inicial de conflitos nas fazendas, os imigrantes dirigem-se às cidades, passando a trabalhar nas indústrias e no comércio. Esse desenrolar histórico leva ao acúmulo das condições propícias à industrialização que ocorreu na região Sudeste, mais