Arquitetura
O presente texto visa apresentar uma análise subjetiva, do bairro do Rio Vermelho, a partir do processo de Deriva e da psicogeografia, desenvolvido a partir de um jogo confeccionado pela equipe.
A deriva, técnica de andar sem rumo e a psicogeografia, cartografia das diferentes ambiências provocadas pela deriva, foram desenvolvidas pelo pensamento urbano Situacionista, encontrado no livro: Apologia da Deriva, escritos situacionistas sobre a cidade, de Paola Berenstein Jacques. A professora, Paola Berenstein, também explana sobre o assunto no livro: Corpos e cenários urbanos, Elogio aos errantes: a arte de se perder na cidade. Neste livro, a escritora discorre sobre a importância da errância, ou seja, a importância da vivência humana na cidade: “(...)me interesso ao que escapa ao urbanismo e aos projetos urbanos em geral, ao que está fora do controle urbanístico(...)” (PAOLA BERENSTEIN,2006, p.117). Assim, ela constrói uma crítica ás novas práticas na dos urbanistas: como o estudo dos lugares baseado apenas, em mapas e estatísticas. Além disso, ela crítica também a espetacularização urbana, que transforma as cidade em cenários, e provoca a diminuição da experiência urbana, a exemplo de Las Vegas, Nova York e Paris.
Com isso, Paola Berenstein propõe, a prática da corpografia urbana, a partir da deriva. Esta se configura como um novo modo de descrever o espaço, onde as sensações do corpo são quem caracterizam e definem o ambiente (memória do corpo). Para isso, foi necessário estabelecer a relação entre espaço e lugar: o espaço é caracterizado pelo uso, utilidade e vivência urbana, ou seja, é o lugar habitado.
Portanto, para pôr em prática a teoria da deriva e errância no estudo do bairro, Rio Vermelho, foi necessário a elaboração de um jogo, para que ele fosse o ditador da direção durante a caminhada. Assim, durante o jogo foram experimentados três relações espaço-temporais: orientação, desorientação e reorientação, segundo Deleuze e Guattari: