ESL class observation
Paulo, v. 13, n. 1, p. 47-65, maio 2007.
“Pra que estudar inglês, profe?”:
Auto‐exclusão em língua‐estrangeira
Vilson J. Leffa (UCPEL)
Resumo:
O objetivo deste trabalho é descrever a auto‐exclusão na aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Argumenta‐se que a sociedade leva a escola a excluir o aluno por meio de diversos mecanismos, incluindo a imposição de determinados valores sociais, a divisão da própria escola em inclusiva (escola de rico) e exclusiva (escola de pobre) e a transformação do próprio professor em agente de exclusão. Conclui‐se com a proposta de que a solução não é escola para todos, mas todos na mesma escola.
Palavras‐chave: auto‐exclusão, evasão, EFL, línguas estrangeiras Abstract:
The objective of this paper is to describe self‐exclusion in the teaching of English as a foreign language. It is argued that society makes school exclude the student through many mechanisms, including the reproduction of certain social values, the division of school into inclusive (school for the rich) and exclusive (school for the poor) and by transforming the teacher into an exclusion agent. The conclusion is that the solution is not school for everybody, but everybody in the same school.
Keywords: self‐exclusion, school attrition, EFL, foreign languages
Introdução
Este trabalho parte do pressuposto de que, apesar do discurso em prol da inclusão social, a prática indica um empenho constante pela exclusão. A sociedade via de regra tem a preocupação de produzir bens materiais ou intelectuais que poucos possam adquirir, de relógios a automóveis, de vinhos raros a perfumes caros, de saberes exclusivos a gostos requintados. O status de uma determinada grife ou de um conhecimento restrito está na exclusividade que se concede a seus donos, ou