Escravidão no Quilombo
Escravidão no Quilombo dos Palmares
Apesar de representar uma resistência à escravidão, muitos quilombos contavam com a escravidão internamente. Esta prática levou vários teóricos a interpretarem a prática dos quilombos como um conservadorismo africano, mantendo as diversas classes sociais existentes na África, incluindo reis, generais e escravos.
Para alguns estudiosos, no entanto, a escravidão nos quilombos não se assemelhava à escravidão dos brancos sobre os negros, sendo os escravos considerados como membros das casas dos senhores, aos quais deviam obediência e respeito. Semelhante à escravidão entre brancos, comum na Europa na Alta Idade Média.
Assim a prática da escravidão nos quilombos, como a praticada por Zumbi, tinha dupla finalidade:
- a primeira, de aculturar os escravos recém-libertos às práticas do quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a subsistência da comunidade. Já que muitos dos escravos libertos achavam que não teriam mais que trabalhar; e
- a segunda, que visava diferenciar a população do quilombo, em:
a) aqueles que chegaram pelos próprios meios. Escravos fugidos, que se arriscavam até encontrar um quilombo. Sendo, neste trajeto, perseguidos por animais selvagens e pelos antigos senhores. Ainda, correndo o risco de serem capturados por outros escravistas, e em
b) aqueles trazidos por incursões de resgates. Escravos libertados por grupos quilombolas que iam às fazendas e vilas. Estes ficavam sob um regime de servidão temporário à algumas casas mais antiga Zumbi dos Palmares é um conhecido líder quilombola. Sua história começa em 1655 com seu nascimento em Alagoas, em um dos mocambos de Palmares. O seu nome vem do quimbundo “zumbi”, e quer dizer “duende” (no Brasil, a tradução também é interpretada como “fantasma”). Com apenas sete anos, em 1662, Zumbi é capturado por soldados e entregue a um padre (Pe. António Melo) que torna-se responsável por sua formação. Batizado na igreja Católica como Francisco, ele ajudava nas