Escravidão em Aristóteles

882 palavras 4 páginas
Senhor x Escravo

O que faz um escravo ser escravo? Porque ele é escravo e não outro? Por que ele deve aceitar essa situação? Aristóteles responde a todas essas questões, e aqui começarei pela última.
O escravo não deve lutar contra sua situação porque ela não é uma situação, é uma realidade permanente e imutável. Imutável porque é natural. Esse é o ponto principal no argumento de Aristóteles, a natureza. Ele defende que uns nasceram para governar e outros para serem governados. É de extrema importância não confundir isso com “predestinação”. Não é questão de destino, mas de essência, o senhor não esta destinado a ser senhor, ele simplesmente é. O mesmo acontece com o escravo.
Como conseqüência, e não causa, dessa natureza, o senhor tem seu espírito equipado para prever e seu corpo magro equipado para a filosofia e para a política, enquanto que a mente do escravo é feita para obedecer e seu corpo equipado para prover as necessidades do senhor. Afinal, o homem precisa viver. Ter escravos não é uma questão de comodidade (apesar de também o ser) mas de necessidade. É claro que essas diferenças do corpo nem sempre são tão óbvias, e se todos os homens livres nascessem tão diferentes quanto os deuses, todos diriam que eles deviam governar. Sendo assim, é mais claro ainda que as diferenças na alma apontam que deve haver aquele que governa e aquele que deve ser governado.
Para Aristóteles, a relação entre senhor e escravo não é só necessária como conveniente. Conveniente, inclusive, para o escravo! Assim como é conveniente para o corpo ser governado pela alma, é conveniente para o escravo ser governado para o senhor, pois além de o escravo pertencer ao senhor, ele é susceptível a pertencer! Sempre, em partes que trabalham em conjunto, visando um mesmo objetivo, haverá uma parte que comanda e outra que será comandada, pois só assim todas as partes podem ver seus desejos realizados. É natural com corpo e alma, partes e todo, senhor e escravo. A razão do escravo é

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