Escola

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Relatos de Karl von den Steinen
A utilização dos relatos de viajantes para a compreensão do espaço e dos habitantes das regiões mais afastadas do Brasil tem se mostrado nos últimos anos como fonte privilegiada para a escrita da história. A aspiração pela descoberta do “exótico” permitiu a produção de registros científicos ou não, acerca de territórios até então desconhecidos.2 Variados interesses condicionavam o olhar desses viajantes, desde questões pessoais até pesquisas institucionais. Nas palavras de Alain Corbin “não há outro meio de conhecer os homens do passado a não ser tomando emprestado os seus olhares vivendo suas emoções" (CORBIN, 1989, p.7).
Interpretar o olhar desses viajantes pode orientar análises sobre o modo de ver e perceber o espaço que, para além dos diversos interesses, se realizava a partir do mesmo prisma: o de um observador estranho ao ambiente que está sendo investigado. Buscamos então, nesse artigo, compreender os parâmetros definidores de “progresso” e “civilização” que acabaram por atribuir uma identidade para o Mato Grosso, configurando-o como uma região, ou seja, um espaço geográfico e social, cujas características naturais e culturais definiriam o seu lugar específico na geografia e na história do “mundo civilizado”. Desse modo, localizamos ao nosso leitor o tempo, espaço e o homem mato-grossense. Viajar para Mato Grosso, em meados do século XIX e início do XX era aventurar-se em uma parte do globo considerada incógnita. O viajante que partisse da capital do Brasil, em direção a Cuiabá, teria que dispor de no mínimo um mês, caso optasse pelo navio a vapor ou de três a quatro meses se a rota fosse terrestre. Nas palavras de Karl von den Steinen, Mato Grosso situava-se no “coração da América do Sul”, sendo ali o próprio “confim do mundo” (STEINEN, 1942, p. 23). Por meio da análise da escrita do etnólogo alemão temos a dimensão do isolamento da região. Steinen fez minuciosa descrição das léguas percorridas ao longo de

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