Escola
A brincadeira não precisa de nenhum objeto que complemente a sua ação, assim como os jogos. É possível brincar sem ter bola, tabuleiro, boneca, carrinho, ou qualquer outro acessório. A brincadeira se faz por si só, entretanto, quando conta com o auxílio de algum objeto se torna mais enriquecida, desde a própria história criada pela criança até a ação do brincar. A idéia defendida por Brougère vai ao encontro desta idéia:
A brincadeira não pode estar limitada ao agir: o que a criança faz tem sentido, é a lógica do fazer de conta e de tudo que Piaget chama de brincadeira simbólica (ou semiótica). O objeto tem o papel de despertar imagens que permitirão dar sentido a essas ações. O brinquedo é, assim, um fornecedor de representações manipuláveis, de imagens com volume: está aí, sem dúvida, a grande originalidade e especificidade do brinquedo que é trazer a terceira dimensão para o mundo da representação (BROUGÈRE, 1997, p. 14).
O brinquedo, apesar de possuir uma ação e um objetivo que se encerra em si mesmo, também complementa a ação do brincar através do estímulo ao imaginário da criança, chamado pensamento simbólico. Através do brinquedo as possibilidades de criar uma história, ampliá-la e diversificá-la tornam-se significativamente maiores e sem o brinquedo tal ação seria impossível.
O brinquedo difere-se do jogo por uma característica muito importante, o objeto do jogo restringe a ação dos seus pares, enquanto o brinquedo permite a cada criança fazer o que desejar, ou seja, criar, manipular e modificar sua história, sem que haja prejuízos a sua intenção primeira. Poder-se-ia afirmar que o objeto do jogo se impõe aos jogadores, enquanto o brinquedo está à disposição dos “brincantes”.
Este estar à disposição possibilita a chance das crianças se desenvolverem e se adequarem ao ambiente em que estão. Se, por exemplo, uma criança indígena tem a sua disposição